Neste dia por volta das 17:00 h escutei a voz do
Renato Aragão dizendo que tinha um plano e acompanhace o raciocinio dele:
“Raciocina comigo, raciocina comigo”. Então eu escutei a voz do Marcelo Rezende
falando as mesmas coisas e me acusando. “Tá vendo o que você fez com eles?”
Foi aí que eu pensei e se eu fosse um marginal
assassino? Eles usariam esse gancho para me acusar desde o início.
A situação estava extremamente tensa e meu pai
extremamente estressado dizendo que nada garantia que após a minha internação
eu voltaria ao normal e que não haviam vagas para o internamento no Nosso Lar
neste momento. Tudo o que eu disse foi que a minha situação se agravava a cada
dia, a cada minuto que se passava. Porque um número cada vez maior de vozes
ficavam se acumulando na minha mente.
Lembrando que eu sempre
tenho que contar isso aos meus pais porque aparentemente eles não percebem
nada. Eu fico no quarto tendo essas aparentes alucinações auditivas e de mim
mesmo tem que partir a iniciativa de contar revelando o que de novo aconteceu e
relembrando alguns fatos do passado.
Escuto vozes inclusive
vindo do celular dizendo geralmente: “Ele suspeita, ele suspeita”
Na madrugada do dia
seguinte sonhei que estava brincando com crianças e quando acordei a voz do
Marcelo Rezende começou a me acusar de pedofilia. Ele dizia: “Pedófilo, seu pedófilo”. Ou
seja, de vítima, eu passei a ser
acusado de bandido dentro do meu próprio cérebro. E não há como fugir,
isso leva ao estresse que pode culminar num ataque cardíaco e num infarto. Por
isso eu até quero que não exista outra vida depois dessa. Nunca saberei se isso
pode acontecer comigo de novo.
Ouvi alguns deles
dizendo que voltariam quando eu estivesse bem velhinho, meus pais estivessem
mortos e eu não pudesse mais me defender nem desabafar com alguém dentro de
casa. Minha mãe disse que isso é muita perturbação para a cabeça dela, meu pai
acredita que em último caso uma internação vai resolver tudo e o meu irmão tem
um ódio mortal por mim.
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