terça-feira, 3 de março de 2015

O início das vozes no começo do ano de 2006



A história é bem longa e não vou poder contar todos os detalhes nesse texto porque aconteceram coisas para caramba nesse meio tempo. Mas, vamos lá!

Eu sou um dos maiores fã do Michael Schumacher aqui no Brasil até hoje e comecei a torcer para ele e ver como ele era bom quando o meu primeiro ídolo na Fórmula 1 que era o companheiro dele na Benetton-Ford B191, o Tricampeão Nelson Piquet Souto Maior (1981, 1983 e 1987) encerrou a carreira no final da temporada de 1991. Em 1992 no seu primeiro ano completo na Fórmula 1 usando apenas a terceira melhor equipe e com o carro da Benetton-Ford B192 o novato Michael Schumacher conseguiu terminar o Campeonato Mundial de Pilotos em terceiro lugar apenas atrás das poderosas Williams-Renault FW14B do Leão Nigel Mansell e de seu companheiro de equipe Riccardo Patrese, era o último ano de Nigel Mansell na Fórmula 1 e após tantas vitórias ao longo da carreira, ele finalmente conseguiu se despedir por cima conquistando o seu tão sonhado título. Michael Schumacher naquele ano deu show no Grande Prêmio de SPA-Francorchamps, debaixo de muita chuva ultrapassando a McLaren-Honda do Ayrton Senna na pista e depois parando mais cedo que as Williams-Renault de Nigel Mansell e Riccardo Patrese para assumir a ponta, sumir na liderança e vencer a corrida. Foi a primeira vitória dele na Fórmula 1 e mesmo assim o rapaz tinha apenas o terceiro melhor carro. As forças naquele ano eram 1ª Williams-Renault, 2º McLaren-Honda e 3º Benetton-Ford. A Ferrari andava mal depois da morte do Comendador Enzo Anselmo Ferrari no ano de 1988 e depois do ano de 1990 já não tinha mais forças nem carro para lutar pelo título. Essa inferioridade de equipamento da Ferrari durou até o ano de 1999 quando o carro o era bom principalmente na metade final do campeonato, mas o carro do Michael Schumacher quebrou a barra de direção numa das corridas e com a batida ele fraturou a perna e teve que esperar uns três meses para ajudar o seu companheiro de equipe naquele ano, Eddie Irvine, a conquistar o título. Schumi, até deu uma vitória para o Irvine em 1999 largando na Pole Position atrapalhando bastante o Finlandês Mika Hakkinen da McLaren-Mercedes, depois ultrapassando o Irvine e a poucas voltas do final dando a vitória de bandeja para ele. Infelizmente, Eddie Irvine fracassou porque Hakkinen ganhou a última corrida daquela temporada e era ele quem tinha que ter tentado fazer isso, mas só conseguiu chegar em terceiro lugar, Mika Hakkinen então sagrou-se Bicampeão Mundial (1998 e 1999) e a Ferrari amargou 20 anos de jejum de títulos mundiais de pilotos, desde Jody Scheckter em 1979. Em 2000 todo mundo sabe o que aconteceu, Schumi com uma Ferrari menos veloz, mas mais confiável que a McLaren-Mercedes de Mika Hakkinen e David Coulthard venceu o Grande Prêmio de Suzuka no Japão na madrugada aqui do Brasil, que tem 12 horas de diferença no fuso horário para o Japão e sagrou-se Tricampeão Mundial de Fórmula 1, quebrando um jejum de 21 anos da Ferrari sem títulos de pilotos, as imagens na Itália e na Alemanha mostravam o povo acordado de madrugada nas ruas e comemorando o título. Após isso, seguiram-se uma sequência de mais 4 títulos mundiais consecutivos de Michael Schumacher pela Scuderia Italiana fazendo-a voltar a ser admirada e respeitada no mundo todo. A venda de carros esportivos de luxo de rua da Ferrari também aumentou bastante e em 2002 o Presidente da Ferrari, Maserati e FIAT, que assumiu o lugar do criador da Ferrari quando o Comendador Enzo Anselmo Ferrari morreu, Luca Cordero di Montezemolo, mandou criar um carro esportivo de luxo chamado Ferrari Enzo no ano de 2002 reunindo toda a tecnologia adquirida na experiência da Fórmula 1 e para comemorar o sucesso da Scuderia Ferrari na Fórmula 1. A Ferrari Enzo alcançava a velocidade máxima de 350 Km/h o que era uma novidade para os carros de rua de luxo da marca, até hoje mesmo o super modelo de 2014 Ferrari LaFerrari só vai até os 350 Km/h, embora a Ferrari possua outros carros mais velozes que só podem andar em circuitos fechados como a Ferrari FXX Evoluzione (uma evolução da Ferrari Enzo que chega a mais ou menos até uns 375 Km/h) e a Ferrari FXX K de 2014 (que é uma Ferrari LaFerrari com uma maior aceleração e maior velocidade final de reta também do que a Ferrari LaFerrari por conta de ter um motor bem mais poderoso que o seu carro antecessor matriz).

Com os sete títulos mundiais do Michael Schumacher a Fórmula 1 estava perdendo a audiência ficando chata em alguns países, principalmente fora da Alemanha e da Itália. Então, o manager da Fórmula 1 Bernie Ecclestone mudou as regras do campeonato mundial de Fórmula 1 de 2005 para tentar frear a Ferrari e impedir que Schumi conquistasse o sexto título consecutivo pela Scuderia Italiana. Lí numa revista 4 Rodas de 2005 que a operação se chamava “Caçada ao Schumi” e basicamente acabou com o reabastecimento dos carros que foi inventado lá nos anos 80 para deixar o carro mais leve, aumentar a velocidade e melhorar os tempos das voltas. O modelo Ferrari F2005 do gênio projetista Rory Byrne não se adaptou às novas mudanças, a Michelin criou pneus mais eficientes do que a Bridgestone para andar com o tanque cheio e com isso a Ferrari passou a ser de novo apenas o terceiro carro mais rápido. Em 2005 os carros mais rápidos eram respectivamente assim:

1º McLaren-Mercedes (pneus Michelin)

2º Renault (pneus Michelin)

3ª Ferrari (pneus Bridgestone)

A McLaren-Mercedes apesar de ser mais rápida do que a Renault teve uma série de infelicidades, a dupla oficial de pilotos Kimi Raikkonen e Juan Pablo Montoya geralmente tinha problemas no Qualifying (treino oficial de Sábado que define as posições no grid de largada), Kimi Raikkonen uma série de vezes largou do fundo do grid e saiu costurando todos os carros até a vitória ou a segunda posição, mas o Espanhol Fernando Alonso da Renault devido à sua competência e regularidade conseguiu ganhar o Campeonato Mundial de Pilotos na Fórmula 1 pela primeira vez quebrando a sequência de cinco títulos consecutivos do Michael Schumacher. Um dos mecânicos da Renault já sabendo do fracasso de Schumi naquela temporada, vestiu uma camiseta que estava com os dizeres na parte traseira escrito assim:

“Schumacher who? (Ou seja, quem é o Schumacher?)

Isso foi considerado uma humilhação da Renault ao Heptacampeão e ao seu irmão Ralf Schumacher que na época tinha saído da Williams e guiava pela equipe Toyota. Essa indireta estampada na camisa do mecânico da Renault foi filmada e mostrada a todos os países do mundo onde passava a Fórmula 1, inclusive no Brasil aqui pela Rede Globo.

No final do ano de 2005, como fã do Schumi, eu fiquei muito deprimido com o desempenho dele e da Ferrari na temporada de 2005, pois graças ao Michael eu virei Ferrarista também e passei a pesquisar sobre a história da montadora, da equipe e do seu criador Enzo Anselmo Ferrari. Fiz até uma palestra sobre o Enzo Ferrari, quando meu Professor de Administração pediu para a turma escolher um pioneiro empresarial para falar e contar a história de como ele ergueu o seu império.

Meu Professor gostou bastante da minha história, na época eu estava aprendendo a mexer no Power Point e ele disponibilizou para gente um computador, uma televisão grande e um projetor para que a gente não se perdesse durante a explanação dos tópicos. Na época ainda existiam os antigos disquetes que tinham baixíssima capacidade de armazenamento, mesmo assim eu salvei o meu projeto todo neles e consegui fazer uma boa apresentação com direito à exemplificação de vários modelos clássicos como a Ferrari F40, a Ferrari F50, a novidade da época que era a Ferrari F430, a Ferrari F430 Spider de 2005, até uma foto do canhão Ferrari Enzo.

Depois pensei assim:

“Se o Michael Schumacher perder o título de 2006, eu sou capaz até de me suicidar.”

Existe um velho ditado que diz assim:

“Cuidado com aquilo que você deseja, pois pode vir a acontecer.”

Muito bem, então certa noite no início de 2006 quando eu voltei do meu curso de Web Designer e Webmaster na UVA (Universidade Estadual Vale do Acaraú) no começo de 2006, eu escutei telepaticamente uma voz de uma moça dizendo assim:

“Olha, não fala para ele como ele morreu, porque ele vai ter um choque, tá?

“Tá vendo como o mundo dá voltassssssssssss? E muitassssssssssss?”

Ela sempre puxava o som do “s” no final parecendo imitar uma cobra.

Então, começou o contato telepático e eu comecei a escutar essas vozes. Fui para o North Shopping para ver até onde ia o alcance desse sinal, fui dar uma olhada nos filmes que estavam em cartaz no momento e a voz daquela moça falou:

“Ele está muito surpreso e confuso, vai ser lindo se ele morrer atropelado quando cruzar a rua do apartamento dele! Tá vendo como o mundo dá voltasssssss é muitasssss?”

Quando cheguei ao North Shopping no andar dos cinemas essa moça falou:

“Ele vai assistir um filme no cinema para tentar relaxar!”

Eu estava sem dinheiro e nenhum filme me interessou, então voltei. No estacionamento tem uma loja de videogames e quando eu fui dar uma olhada nos preços essa moça falou:

“Puta que o pariu, ele vai comprar um Playstation 3!”

(Que era uma novidade e caro na época, mas como já disse eu não tinha nem um real.)

Quando cheguei ao apartamento e fui para o meu quarto eles começaram a ler os meus pensamentos e a descobrir tudo o que eu sabia. A voz da moça falou assim:

“Ih, o George Bush vai ficar tão triste quando souber que ele não gosta da Disney!”

“Esse aí prefere desenhos animados Japoneses!”

Então, escutei as vozes de dois dubladores de São Paulo chamados Hermes Baroli e Marcelo Campos falando telepaticamente comigo:

“Tome Masami Obari! Tome Masami Obari! Tome Masami Obari!”

Masami Obari é o nome de um famoso e talentoso desenhista, Character Design, Animador e Diretor de Animação Japonês do qual eu gosto muito do trabalho e do traço.

Desci para o estacionamento e escutei a voz estranha de um homem que eles chamaram de Jucá falando telepaticamente assim:

“Ele quer um contato visual! Ele quer um contato visual!”

Olhei para os lados, para frente, para trás e não vi nada. Então, olhei para o céu! Escutei a voz desse tal de Jucá falando assim:

“Se ele souber onde a gente está e como a gente vê ele, ele vai ter um choque!”

Então, fiquei com insônia por três noites seguidas olhando pela janela e tentando encontrar eles olhando para o céu.

Fui para uma Lan House na época porque eu ainda não tinha internet em casa, então deletei o meu Orkut pensando que eles tinham me localizado por lá. Era a época da febre do Orkut e ele era bem mais famoso no Brasil do que o Facebook.

A voz de uma moça falou telepaticamente assim:

“Ele vai deletar o Orkut dele, ele vai vacilar! Ele está pensando que a gente encontrou ele por lá!”

Então, no amanhecer da terceira madrugada vi um objeto muito brilhoso no céu que mudava de direção de acordo com os meus pensamentos. Ele ia para a esquerda, para a direita, para cima e para baixo conforme eu pensava nele. Então, pedi para meu pai olhar pela janela. Então, falei assim para ele:

“Pai, vem ver aqui no céu uma coisa interessante!”

Ele ficou com uma mistura de raiva e medo de mim e falou assim:

“Eu já vi tudo!”

Ele, então ligou para os Bombeiros me levarem no caminhão deles para o manicômio. Em menos de 15 minutos eles chegaram e falaram assim:

“A gente vai dar uma voltinha, venha com a gente numa boa!”

Entrei no caminhão dos Bombeiros, perdi minhas sandálias lá dentro e quando eles pararam, me conduziram até um quarto do Instituto Psiquiátrico “Nosso Lar”. Lá no quarto os Enfermeiros me aplicaram uma injeção de Haldol e uma injeção de sonífero.

Quando acordei, escutei algumas vozes conversando assim:

“Ele estava escutando as vozes do Hermes Baroli e do Marcelo Campos lá de São Paulo?”

Fiquei dois meses internado lá e já no segundo dia as vozes cessaram ou se esconderam, eu ficava escutando algumas tentativas de murmúrios, mas nunca mais falaram nada durante o meu primeiro internamento.

O Psiquiatra que cuidou do meu caso na época foi o doutor Orlando, que era o administrador do Nosso Lar. A pior parte do internamento eram as refeições que depois de certo tempo davam uma azia estomacal em mim e também tive muita diarréia por lá. As vezes eu tinha diarréia, as vezes as fezes saiam duras demais e entupiam o sanitário. Ou seja, a comida não tinha a mesma qualidade da minha comida de casa.

Desenhei para uma Psicóloga aquilo que eu tinha visto no céu antes de ser internado.

Finalmente, quando saí do internamento e fui para casa eu estava sem ouvir as vozes, mas andava igual à um robô, estava com os movimentos todos robotizados e lentos devido aos efeitos colaterais que o remédio Haldol deixou em mim. Eu também tinha piorado bastante a minha insônia, não conseguia mais dormir sem os remédios.

Atualmente estou diagnosticado com duas doenças Psiquiátricas, a famosa e temida Síndrome do Pânico (que apareceu em mim em 1997) e a Esquizofrenia Paranóide (que apareceu em mim no início de 2006).

Fiquei sem ouvir as vozes da metade de 2006 até a metade de 2012. Quando eu estava fazendo uma série de entrevistas de seleção para conseguir um emprego em 2012, depois de mais de 20 tentativas diferentes e infrutíferas, escutei a voz de uma mulher quando eu fazia uma redação para ver se eu conseguia o emprego de Operador de Caixa na central de recrutamento da loja Insinuante. A voz da mulher disse assim:

“Ele fez a redação, agora ele está pegando os documentos dele para preencher a ficha de cadastro!”

Depois disso nunca mais parei de ouvir as vozes mesmo me internando no Nosso Lar de novo. Estamos em 2015 e as vozes me impedem de estudar (porque tiram a minha concentração) e de trabalhar (perdi o meu emprego de Auxiliar de Contabilidade porque as vozes ficavam tirando onda comigo enquanto eu operava o software do computador).

Em 2007 terminei o meu curso de Web Designer e Webmaster na UVA, em 2012 passei para o curso de Psicologia na FATECI (Faculdade de Tecnologia Intensiva), mas o meu pai achou a mensalidade de R$ 700,00 cara demais e também que eu não iria conseguir agüentar concluir o curso. Então, ele disse:

“Se quiser estudar Psicologia passe na UFC ou na UECE porque eu não vou pagar mais nenhum curso para você estudar escutando essas vozes. Vou gastar muito dinheiro e pode ser que você reprove em algumas cadeiras como nos tempos da UFC quando você desistiu do curso de Farmácia por não conseguir memorizar a matéria!”

A partir da metade para o final de 2012 passei a escutar muitas vozes de gente famosa e outras de gente MUITO famosa. Mais de 80 vozes diferentes se for contar direito entre vozes de dubladores, dubladoras, jornalistas, apresentadores de TV, narradores esportivos, comentaristas esportivos, pilotos de Fórmula 1 Brasileiros, cantores, cantoras, atores Brasileiros, atrizes Brasileiras e raríssimos jogadores de Futebol, talvez porque eu deteste esse esporte.

Quando eu estava digitando esse texto aqui, o tempo todo, a voz do apresentador Ratinho (Carlos Massa) que trabalha atualmente (2015) no SBT ficou me perturbando e comentando quase tudo o que eu digitava num misto de deboche, falsidade e curiosidade. Quando eu terminei de digitar isso aqui, ele disse:

“Espera aí que agora está dando até pena dele!”

Ou seja, mentira. Seja lá quem for se estivesse com pena iria embora para sempre.

Então, a voz do Ratinho disse telepaticamente assim:

“Olha a emoção que ele vai ter, eu estou matando o Wibson bem aos pouquinhos!”

Nenhum comentário:

Postar um comentário